quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Lolita

Decidi dedicar o post de hoje a um de meus livros favoritos, "Lolita". Eu tenho um gosto doido por livros polêmicos, e esse livro é provavelmente a definição de polêmico.

Escrito por Vladimir Nabokov (amo muito), o livro gerou uma ENORME polêmica por contar a história de um solteirão chamado Humbert Humbert que se apaixona por sua enteada de 12 anos, chamada Dolores Haze.

Já dá pra imaginar o tipo de comentários, né? O livro foi proibido em diversos países, e o filme inspirado nele quase não saiu. Nabokov foi criticadíssimo e escreveu um monte de cartas explicando a motivação para escrever a história.

Você deve estar se perguntando: mas então, o que é que esse livro tem de tão especial?

A razão pela qual "Lolita" faz meus estômagos dar voltas e deixa meu coração acelerado pode ser resumida em uma só palavra: psicologia. O modo como Nabokov demonstra o início da obsessão de Humbert por ninfetas, num verão traumático, a forma como a própria Dolores se comporta de acordo com as ações do homem... Tudo isso é construído de uma forma tão linda, tão real, tão sincera, que sempre me faz chorar.

Para ler o livro, é preciso ter a mente aberta. Não adianta dizer: "ah, vou ler porque parece legal". Esse livro exige muito de você, e acho que é por isso que a maior parte das pessoas que o leem acham esse livro tão ruim. Eu considero "Lolita" uma história de amor, mais bonita até do que "Romeu & Julieta" (e que venham as pedras). Humbert, apesar de ser um homem na casa dos 40, se importa com o bem estar e a "pureza" de Lolita, e é capaz de mover montanhas para tê-la ao seu lado. Há um respeito trágico nessa história toda que me comove.

O pior de tudo é que ele sabe que a menina não o ama da mesma forma que ele a ama, mas infelizmente continua apaixonado por ela. Por isso, o final é triste, mas não vou contar como termina. Só vou dizer que eu choro. Muito.

Outra coisa que posso adiantar é: Humbert está prestes a ser executado na prisão quando o livro começa a ser narrado, ou seja, seu amor por Lolita não tem mais salvação.

O livro é hiper famoso, um clássico da literatura. Já rendeu algumas adaptações cinematográficas, foi citada em uma música do The Police (ou foi Sting?),  inspirou milhares de histórias atuais que envolvem ninfetas e uma música do Prince.

Se alguém me perguntar se indico esse livro, vou responder que não. Esse livro é para poucos e, infelizmente, existem pessoas que não conseguirão lê-lo e entendê-lo. Se você acha que consegue, aconselho então que leia, porque o livro vai te deixar em uma montanharrussa de emoções.

"Lolita" mudou muito a minha percepção das coisas. Passei a analisar primeiro os fatos para depois julgar os criminosos, as pessoas ditas "ruins".


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