sábado, 15 de outubro de 2011

A alta costura do amor

Pensei milhões de vezes antes de fazer esse post. Pensei em escrever sobre Jack Griffin ("O Homem Invisível"), Dorian Gray, Lord Byron... Cheguei hoje à conclusão que escreveria sobre uma das tramas mais fofas e intensas que eu já vi e li até hoje.

Já é até bem clichê. Começou na época da ópera Madame Butterfly e atravessou gerações até Victor/Victoria. Estou falando da típica história: um homem se apaixona por uma mulher e depois descobre que ela é um homem (em Victor/Victoria, é meio ao contrário, mas a trama é basicamente a mesma). Então começam os questionamentos: eu consigo amar essa pessoa mesmo ela sendo do mesmo sexo que eu? Eu a amo tanto a ponto de esquecer o que a sociedade diz?
                                               Julie Andrews em "Victor/Victoria". 
                                                                                        Foto de divulgação.

A razão pela qual decidi escrever sobre isso foi uma história em inglês, online, chamada Haute Couture, ou "Alta Costura". Ela se passa em 1889 e narra a história de um estilista, William que, cansado de ouvir as pessoas fofocando sobre sua vida, decide contratar uma acompanhante - chamada Simone - para uma de suas festas. Aos poucos, ele se apaixona por ela e acaba pedindo a mulher em casamento, e é então que a verdade vem à tona.

Enquanto isso, Richard (o verdadeiro 'eu' por trás de Simone), falido, mora com seu melhor amigo - e também homossexual - Elija, que durante a história fica doente e arranja um namorado que me encheu de inveja.

Bom, no meio disso tudo, a chefe de Simone também descobre a mentira e chantageia, Richard se apaixona cada vez mais por William e Elija começa a perceber que seu amigo está se perdendo para a ilusão de Simone. E, é claro, William tem que se fazer a pergunta: eu amo a pessoa ou a mulher?

Acredito que, independente da resposta, todos deviam ler essa história. Além de expor muito bem a dúvida de William enquanto contempla se deve ficar ou não com Richard, te deixa com uma dor no coração em váarios capítulos mas também te deixa gritando "Awn!" em muitos outros capítulos.

Na parte do conteúdo, eu acho que só faltou um pouco de homofobismo (isso existe?), porque era 1889, né? Também acho que a autora pulou muito no tempo em algumas partes e lá para o meio a história fica um tanto quanto desinteressante, mas depois pega um ritmo bom e você fica roendo as unhas querendo saber como termina.

O final é chocante (pelo menos pra mim foi), lindo, emocionante e triste. Eu amei e tenho certeza que quem decidir ler não vai se decepcionar.

A autora pretende mandar a história para uma editora (e eu dou todo o meu apoio, gente talentosa como ela deve SIM publicar), então eu acredito que logo, logo, a versão online saia de cena.

Sei também que eu vou comprar o livro e devorar como se nunca tivesse lido, porque é assim com histórias boas.

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